🏗DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS QUICK HOUSE 🏠
O objetivo desse post não é habilitar o leitor a se tornar um projetista dos sistemas Quick House, mas demonstrar através dessa breve leitura que apesar de não fazer parte dos sistemas tradicionais construtivos existentes no Brasil, seguem padrões rígidos para elaboração dos cálculos de dimensionamentos desse tipo de projeto, tendo algumas vezes critérios mais rigorosos do que os existentes nacionalmente.
O objetivo desse post não é habilitar o leitor a se tornar um projetista dos sistemas Quick House, mas demonstrar através dessa breve leitura que apesar de não fazer parte dos sistemas tradicionais construtivos existentes no Brasil, seguem padrões rígidos para elaboração dos cálculos de dimensionamentos desse tipo de projeto, tendo algumas vezes critérios mais rigorosos do que os existentes nacionalmente.
Dimensionamento das estruturas
O dimensionamento das estruturas no sistema Quick House, em parceria com a Saint-Gobain, segue critérios técnicos rigorosos para garantir resistência mecânica, segurança e conformidade com normas nacionais e internacionais.
A estrutura primária é geralmente baseada em Light Steel Frame (LSF) ou perfis de aço galvanizado, e seu dimensionamento envolve análises estáticas, dinâmicas e de estabilidade.
Abaixo, detalho os principais aspectos:
1. Critérios de Projeto e Normativas
1. Critérios de Projeto e Normativas
· Normas de referência:
· Eurocódigo 3 (EN 1993-1-3): Projeto de estruturas de aço, com foco em perfis finos conformados a frio.
· AISI S100 (American Iron and Steel Institute): Para sistemas LSF em regiões sísmicas ou com cargas extremas.
· NBR 14762 (ABNT): Dimensionamento de estruturas de aço formadas a frio (no Brasil).
· Cargas consideradas:
· Cargas permanentes (peso próprio, revestimentos, instalações).
· Cargas acidentais (sobrecarga de uso, vento, neve, sísmica).
· Cargas permanentes (peso próprio, revestimentos, instalações).
· Cargas acidentais (sobrecarga de uso, vento, neve, sísmica).
· Combinações de cargas: ULS (Estados Limites Últimos) e SLS (Estados Limites de Serviço).
2. Componentes Estruturais e Seu Dimensionamento
a) Perfis Verticais (Studs)
· Função: Suportar cargas verticais (gravitacionais) e laterais (vento/sismo).
· Dimensionamento:
· Carga axial: Calculada com base na altura do pavimento, espaçamento entre studs (ex.: 400 mm ou 600 mm) e cargas atuantes.
· Carga axial: Calculada com base na altura do pavimento, espaçamento entre studs (ex.: 400 mm ou 600 mm) e cargas atuantes.
· Flambagem: Considera-se a esbeltez do perfil e a restrição oferecida pelas placas de vedação (ex.: gesso acartonado ou OSB).
· Espessura do aço: Variável (0,8 mm a 2,5 mm), conforme a resistência necessária (ex.: aço G550, com tensão de escoamento de 550 MPa).
· Seção do perfil: Tipicamente perfis "C" ou "U" com reforços de enrijecimento para evitar instabilidades locais.
b) Perfis Horizontais (Tracks ou Rails)
· Função: Distribuir cargas para os studs e garantir a estabilidade lateral.
· Dimensionamento:
· Baseado no vão entre apoios e nas cargas de vento ou sismo.
· Verificação de flexão e deformação máxima (ex.: limite de flecha L/360 para SLS).
· Baseado no vão entre apoios e nas cargas de vento ou sismo.
· Verificação de flexão e deformação máxima (ex.: limite de flecha L/360 para SLS).
c) Ligações e Fixações
· Parafusos e rebites: Dimensionados para resistir a esforços de cisalhamento e tração.
· Chumbadores: Fixação da estrutura à fundação, calculados para resistir a momentos volventes e cargas de levantamento.
3. Análise Estrutural
· Software especializado:
· Utilização de ferramentas como CYPE, ETABS, ou STAAD.Pro para modelagem 3D e análise de tensões.
· Simulação de cenários críticos (ex.: vento extremo, sismo).
· Verificações:
· Resistência à tração/compressão: Garantir que as tensões nos perfis não ultrapassem a tensão de escoamento do aço.
· Resistência à tração/compressão: Garantir que as tensões nos perfis não ultrapassem a tensão de escoamento do aço.
· Estabilidade global: Análise de deslocamentos laterais e segunda ordem (efeitos P-Delta).
· Deformações admissíveis: Limites estabelecidos por norma (ex.: flechas máximas de 1/200 a 1/500 do vão).
4. Integração com Sistemas Saint-Gobain
· Painéis de vedação (Placo®):
· Contribuem para a rigidez da estrutura através do efeito diafragma, reduzindo a esbeltez dos studs e melhorando a resistência lateral.
· Requerem fixação adequada (parafusos a cada 300 mm, por exemplo) para garantir comportamento conjunto.
· Contribuem para a rigidez da estrutura através do efeito diafragma, reduzindo a esbeltez dos studs e melhorando a resistência lateral.
· Requerem fixação adequada (parafusos a cada 300 mm, por exemplo) para garantir comportamento conjunto.
· Isolamento térmico (Isover):
· Não afeta a resistência mecânica, mas exige espaçamento preciso entre studs para evitar compressão excessiva da lã mineral.
· Não afeta a resistência mecânica, mas exige espaçamento preciso entre studs para evitar compressão excessiva da lã mineral.
5. Ensaio e Validação
· Testes de laboratório:
· Ensaios de compressão axial em studs para determinar carga crítica de flambagem.
· Ensaios de flexão em painéis completos (studs + placas) para validar rigidez.
· Certificações:
· Aprovação conforme normas de segurança estrutural (ex.: EN 1993-1-3, ISO 6892-1 para ensaios de materiais).
· Aprovação conforme normas de segurança estrutural (ex.: EN 1993-1-3, ISO 6892-1 para ensaios de materiais).
6. Exemplo Prático de Dimensionamento
Caso: Parede estrutural com 2,5 m de altura, sujeita a carga vertical de 15 kN/m e vento de 1,5 kN/m².
1. Seleção do perfil
2. Cálculo de carga axial
7. Vantagens do Dimensionamento no Sistema Quick House
· Precisão: Tolerâncias de ±1 mm devido à pré-fabricação.
· Otimização de materiais: Redução de desperdício pelo cálculo exato das cargas.
· Compatibilidade com normas: Atendimento a requisitos de segurança global (incêndio, sismo, vento).
O dimensionamento estrutural do Quick House alia engenharia de alta precisão com materiais normalizados, garantindo um sistema seguro e eficiente.
A combinação de perfis de aço galvanizado, análise computacional avançada e integração com sistemas de vedação/isolamento resulta em estruturas leves, duráveis e adaptáveis a diversos cenários de carga.
A parceria com a Saint-Gobain assegura que soluções como painéis Placo® e isolantes Isover sejam incorporados de forma sinérgica, mantendo desempenho mecânico e funcional.
Observações Importantes
· Sistema Quick House: Como trata-se de uma solução potencialmente proprietária, recomenda-se consultar diretamente a Saint-Gobain ou o fabricante do sistema para obter manuais técnicos específicos.
· Adaptação às Normas: As referências acima são genéricas para sistemas LSF e materiais Saint-Gobain. Para projetos reais, consulte sempre as normas vigentes no país de execução
REFERÊNCIAS:
1. Normas Técnicas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14762:2010: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Rio de Janeiro, 2010.
EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION (CEN). Eurocódigo 3: Projeto de estruturas de aço – Parte 1-3: Regras gerais – Regras suplementares para perfis e chapas formados a frio. Bruxelas, 2006.
AMERICAN IRON AND STEEL INSTITUTE (AISI). North American Specification for the Design of Cold-Formed Steel Structural Members (AISI S100-16). Washington, DC, 2016.
2. Documentos Técnicos da Saint-Gobain
SAINT-GOBAIN BRASIL. Manual Técnico Placo®: Sistemas Construtivos em Drywall. São Paulo, 2022. Disponível em: https://www.saint-gobain.com.br. Acesso em: 15 out. 2023.
SAINT-GOBAIN ISOVER. Catálogo de Isolamento Térmico e Acústico Isover. França, 2021. Disponível em: https://www.isover.com. Acesso em: 15 out. 2023.
SAINT-GOBAIN WEBER. Sistemas de Fachadas Leves e Revestimentos Externos. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.weber.com.br. Acesso em: 15 out. 2023.
3. Literatura Especializada
SILVA, A. L.; NEVES, F. A. Sistemas Construtivos em Light Steel Frame: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2018.
STEEL FRAMING ALLIANCE. Cold-Formed Steel Design Guide. EUA, 2020. Disponível em: https://www.steelframingalliance.com. Acesso em: 15 out. 2023.
SBTA – SOCIEDADE BRASILEIRA DE TECNOLOGIA EM ALVENARIA. Inovações em Construção a Seco: Estudos de Caso. São Paulo, 2019.
4. Artigos Científicos
COSTA, R. M.; FONSECA, J. S. Análise de Desempenho de Sistemas LSF em Zonas Sísmicas. Revista Técnica de Engenharia Civil, v. 12, n. 3, p. 45-60, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br. Acesso em: 15 out. 2023.
HADLEY GROUP. Light Steel Frame: Design and Applications. Reino Unido, 2019. Disponível em: https://www.hadleygroup.com. Acesso em: 15 out. 2023.
5. Relatórios Técnicos
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS (IPT). Ensaios de Resistência ao Fogo em Painéis Drywall com Revestimento Placo®. São Paulo, 2020.
ELABORAÇÃO EM: 31 de agosto de 2025
ALEX FERREIRA DOS SANTOS
Eng. Civil
Eng. De Segurança do trabalho
Matemático
ENGENHARIA DE ESTRUTUTURAS DE CONCRETO ARMADO E FUNDAÇÕES
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